Diario de Bordo, Islândia – Capitulo 1

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Hello a todos!

Estou viajando pela Islândia e acredito que poucos no meu círculo de amigos conhecem essa Ilha, achei que vocês gostariam de saber mais sobre esse país pequeno, porém complexo.

Vamos lá: segunda ilha europeia em tamanho, depois da Grã-Bretanha e pouco menor do que a Inglaterra, mas habitada por apenas 340 mil pessoas, e gente que não tem sobrenome!!!

Como assim?

Explico: os filhos herdam, como sobrenome, o nome do pai, acrescido de “son” se ele for homem e “dottir” se for mulher. Um cara que se chama JON EINARSSON, vai ter um filho, por exemplo: Olafur, cujo sobrenome será JONSSON. E se tiver uma filha, com um nome (bem islandês) Vigdis, seu sobrenome será JONSDOTTIR. E assim sucessivamente …. esquisito né?

Mas a população humana é pequena então não deve dar muita confusão. Já a população de ovelhas é o dobro da humana, e elas são descendentes diretas das primeiras ovelhas que chegaram com os colonizadores na Ilha, por isso são superprotegidas, não tomam hormônios nem antibióticos e tem um pelo especial. Os cavalos também são de uma raça única, islandesa, fruto dos primeiros cruzamentos dos cavalos que os vikings trouxeram e são especiais porque sabem fazer 5 tipos de passos, dois a mais do que os demais cavalos mortais. Além de andar, trotar e galopar, sabem voar… um tipo de galope tão suave que o cavaleiro nem sente a batida das patas no chão. São exportados para vários países, mas aquele que vai, não volta. Estão adaptados para o frio e a seleção natural nestas circunstâncias extremas contribuiu para o desenvolvimento de algumas características como: a habilidade para digerir celulose melhor que outras

raças de cavalos, um maior número de células adiposas fáceis de metabolizar, uma hemoglobina mais baixa, uma porcentagem mais alta de fibras musculares vermelhas (que utilizam mais eficientemente o oxigênio) e um alto grau de fertilidade. Enfim, super adaptados e não podem ser misturados com outras raças.

Além desses super cavalos e super ovelhas, a Islândia não  tem mosquitos!!! Com esse clima também, eles congelariam em pleno voo. E não tem formigas, porque estamos falando de uma ilha muito jovenzinha, em termos geológicos, que não tem um grande solo. Mas quem quiser ver formigas, tem um zoológico (Tropical House) que importou uma comunidade de formigas cortadoras de folhas, que já saíram da quarentena e estão lá, para visitação….

 

Falei dos Vikings, então vou contar a história, mas não pula essa parte não, prometo não me estender muito…

A História da Islândia começa na Noruega, em plena Era Viking. Um dos chefões de uma das famílias nobres norueguesas resolveu que iria unificar o país, até então dividido entre famílias e clãs nobres. Esse cara se chamava Harald e fez uma promessa: não iria cortar o cabelo (e nem tomar banho, o que já era um luxo a essas alturas do Período Medieval – estamos falando do século IX), enquanto não unificasse a Noruega sob o seu reinado. Algumas famílias e clãs não gostaram da promessa e disseram que não se sujeitariam a ser governado por um rei, então eles emigraram para as terras mais ao oeste que alguém já havia chegado, que era a Islândia, em inglês ICELAND.

Aliás, esse nome é um dos tantos golpes de marketing da História Humana. Iceland para dizer que ali só tinha gelo e com isso desestimular outros povos que tinham planos de fazer uma invasãozinha rápida nesse território.

Diario de Bordo, Islandia – Capitulo 1É Iceland, mas o termômetro aqui não chega a -28° como no Michigan, mesmo estando em uma latitude quase polar, por causa da Corrente do Golfo que deixa o clima mais ameno e banha toda a costa do sudoeste da Ilha, onde está a capital, Reykjavik e 60% da população islandesa. Se não fosse o vento, que derruba a gente congelando, o frio é bem suportável e no verão, quer dizer aqueles 2 meses de sol, a temperatura não vai além de 26°.

Bom, mas eu estava falando de Iceland e de marketing, e tem outra história de marketing “geográfico” legal: a Groelândia.

Quem chegou lá foi um Islandês Erik, O Vermelho, que era filho de um norueguês imigrante que havia fugido da Noruega por causa de um crime. Vermelho aqui não tem nenhuma conotação política, por favor, mas porque ele era ruivo! Tal pai, tal filho, Erik foi exilado por 3 anos da Islândia, por um crime cometido. Ele também foi navegando para o oeste e chegou na Groelândia. Depois dos 3 anos de castigo, resolveu voltar para Islândia e chamar outras famílias para se mudarem com ele para essa terra nova e juntos formarem outra comunidade …onde ele poderia ser rei. Para atrair esse povo para uma terra gelada e mais inóspita ainda do que a Islândia, ele jogou pesado e chamou de Greenland… e alguns pagaram para ver!

Enquanto isso, eu pago uma fortuna por um café aqui, vou tomar antes que congele e volto depois com mais história…

Beijos nórdicos!

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Sobre o Colunista:

Graduada em História pela Universidade de São Paulo, com 40 anos de experiência na área do Turismo, trabalhou em diversas empresas do setor e morou em Torino, na Itália, por 7 anos. Hoje divide seu tempo entre palestras sobre Viagens e História, cursos e workshops para agente de viagens no Senac e acompanha grupos, em colaboração com algumas Operadoras de Turismo, ao redor do planeta.