PRESÉPIO DO PIPIRIPAU – Patrimônio cultural mineiro

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A ocasião é propícia para falar de uma riqueza cultural de que muito se orgulha Minas Gerais, no Brasil, um Estado que tem uma “queda” por cultura misturada com religiosidade.

O Presépio do Pipiripau, uma das construçõess mais importantes do artesanato popular mineiro, tem espaço exclusivo no acervo do Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais e é uma importante atração turística. Com cerca de 3.000 peças, tem 586 personagens tipicamente mineiras que se movimentam, representando etapas da vida de Jesus Cristo na terra, mas também cenas do cotidiano de uma vida simples de cidade do interior.

O presépio, que começou a ser construído em 1906 por Raimundo Machado de Azevedo, em sua própria casa, quando tinha apenas 12 anos de idade, tem figuras interessantes e inusitadas, como um galo que bate as asas, graças ao engenhoso trabalho de dobradiças instaladas sob elas, uma banda de música e um anjo coletor de moedas: quando o visitante deposita a moeda, o anjo move a cabeça, em sinal de agradecimento. Este rico “teatro mecânico” passou por reforma recente e recebeu novas instalações, como um auditório que pode comportar até 150 pessoas, confortavelmente instaladas para assistir a uma de suas quatro sessões diárias.

A mecânica do presépio, uma gigantesca engenhoca construída com materiais simples e aproveitados, como carreteis de linha, botões, garrafas, peças de bicicleta, muitas vezes amarrados com barbante, foi fruto da experiência que Seu Raimundo adquiriu enquanto trabalhava na oficina da extinta Estrada de Ferro Central do Brasil. Portanto, foi feito sem um plano pré-concebido, aos poucos, ao longo de décadas. Até 1927 era operado de maneira mecânica. Depois recebeu um motor elétrico, que fornece a energia para movimentar todas as peças.

Em sua próxima visita a Belo Horizonte, não deixe de visitar essa rica e divertida exposição. No link abaixo você poderá ter uma ideia melhor do que é este rico patrimônio cultural dos mineiros.

https://www.youtube.com/watch?v=-xwdDYnnqlc

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Sobre o Colunista:

RIGLEA BRAUER HOLVA, algo entre 60 e 70 anos, é de Minas Gerais, mas logo cedo ”pegou estrada”, seguindo carreira no serviço diplomático brasileiro. Morou em vários países, mas nunca largou sua “mineirice”, refletida no amor pela gramática e nos sequilhos que faz toda semana. Tem dois filhos e hoje é casada com um sueco-finlandês. Mora em Estocolmo desde 2008 e sua casa é como uma pequena ONU: idiomas, costumes, manias e diversidade culinária convivem pacificamente. Tem várias paixões: família e amigos, boa comida e um cálice de vinho. Tim-tim!