Viagens Fantásticas LGBT, salve o guia!

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Como se sabe, na sociedade antiga grega não havia separação entre desejo e comportamento sexual com base nos gêneros de seus participantes. Tanto que era considerada impossível a ideia de conceber duas sexualidades distintas: heterossexual e homossexual. Para  os gregos existia somente uma tendência do desejo, que era pelo “belo” independente de qual fosse o sexo da  pessoa. Ao se refletir então, pode-se concluir que a vida é uma constante viagem de  ida e  volta  do presente ao passado,  as pessoas não mudam e sim seus valores com o decorrer  do tempo! A dimensão do universo é muito extensa, mas hoje, entretanto, através do desenvolvimento tecnológico, é claro, torna-se bem mais fácil  viajar pelo mundo afora.

E por falar em  viagens, estreou  em agosto de 2017 no Brasil o filme Corpo Elétrico, do diretor brasileiro, Marcelo Caetano. O filme contém uma séria e positiva história de: sensualidade e sexo, o diretor mostra  uma provocativa ação da vida rotineira de um jovem rapaz gay paraibano (Elias) de 23  anos, interpretado pelo ator Kelner Macêdo, que adora o seu trabalho como assistente de estilista de moda numa fábrica de confecções de roupas femininas em São Paulo, gosta muito de sair e se divertir com seus amigos, e com certeza também de flertar bastante,  ele vive sua vida sem  se preocupar com o dia de amanhã. Eventualmente Elias conhece e se apaixona por um imigrante africano da mesma idade (Fernando), interpretado  pelo ator Welket Bungê, que trabalha na linha de produção da fábrica.

Viagens Fantásticas LGBT, salve o guia!

Corpo Elétrico, no entanto, transporta seus personagens com a naturalidade de quem evita julgamentos e conhece este mundo de perto. Retrata um grupo de jovens, paulistanos, de classe média-baixa no cotidiano, mostrando relacionamentos amorosos nos tempos de diversidades atuais. Este filme ganhou o Prêmio Maguey no Festival de Guadalajara, no México, um dos mais importantes prêmios LGBT do cinema.

Em outro cenário, mas também se tratando de diversidades, está acontecendo aqui em Londres no Victoria & Albert Museum (V&A), um dos museus mais populares de Londres e internacionalmente conhecido por suas artes decorativas e designs, a apresentação mensal de um tour voltado para visitantes LGBTQ, liderado por voluntários, sendo este o primeiro projeto a acontecer no UK. Este tour, não relata narrativas binárias e nem heteronormativas  Seu guia conta histórias fascinantes explorando gêneros e identidades sexuais através de uma seleção  de objetos relacionados ao LGBTQ em suas ricas coleções  que podem ser ouvidas em quase todas suas galerias das artes que vão desde Greco- Romanos até  Renascentistas e Modernas. Esses  tours, que são gratuitos, são realizados no último sábado de cada mês.

Enfim, são passos assim, que contribuem para uma maior compreensão, inclusão e respeito no convívio mútuo entre povos diferentes e dignos, os quais são livres a exprimirem e viverem confortavelmente de acordo com suas preferências sexuais, reivindicando sempre seus direitos de igualdades e atravessando barreiras impostas por parte da sociedade.

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Sobre o Colunista:

Ciro de Lima é formado em Letras pela Universidade São Francisco - São Paulo. Vive na Inglaterra há mais de 20 anos, onde cursou Tradução/Intérprete no Goldsmiths College. Também produziu o jornal informativo "Minhoca" para a comunidade LGBT e Simpatizantes. Atualmente estuda Braille em Londres e acha este curso extremamente desafiante.