O cafézinho brasileiro

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O Brasil, além de ter a qualidade de seu café reconhecida mundialmente, também produz um dos cafés mais exóticos e exclusivos do mundo

Ele é, há décadas, o mais elogiado de todos. São muitas as maneiras de preparar um saboroso café: com coador de pano, na cafeteira elétrica e, mais recentemente, com a as máquinas domésticas de expresso, que usam cápsulas de café moído em porções específicas. Se ele é feito em casa ou tomado em cafeterias, bares ou padarias, o consenso geral é um só: café é ótimo. Se for brasileiro, pela sua qualidade indiscutível, melhor ainda!

O café faz parte de muitas culturas de uma forma singular, com um consumo estimado em meio trilhão de copos/ano espalhado pelo planeta. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial há mais de 100 anos e suas plantações ocupam 27 mil km2 do País. Segundo dados estatísticos de produção, fornecidos pela International Coffee Organization, com sede em Londres, os maiores produtores depois do Brasil são: Vietnã (sim, depois do arroz, o café é a estrela vietnamita!), Colômbia, Indonésia, Etiópia, Índia, Honduras, México, Uganda e Guatemala.

Os grãos de café não são utilizados somente na preparação da bebida. A cafeína também faz parte de bebidas de cola, produtos farmacêuticos e até cosméticos! Novas pesquisas da área médica apontam que o consumo diário (de 3 a 4 xícaras ao dia) contribui na prevenção de doenças como a diabetes do adulto, o câncer de cólon, fígado e mama, doença de Parkinson, entre outras.

Cafés exóticos

O café brasileiro possui uma derivação curiosa: o Jacu Bird Coffee, com grãos comidos e expelidos pelo jacu, uma ave nativa da Mata Atlântica. O custo do Jacu Bird Coffee é alto, quase 20 vezes mais do que o grão tradicional, embora sequer se aproxime de outros dois cafés exóticos, também produzidos por processos digestivos animais, o Kopi Luwak, da Indonésia, e o Black Ivory, da Tailândia, ambos com preços que ultrapassam os R$3.000 por quilo.

Você sabia?

O Dia Internacional do Café é comemorado em vários países, porém, nem sempre na mesma data. No Brasil, por exemplo, é comemorado no dia 24 de maio. Já no Reino Unido, esta data é celebrada no dia 1º de outubro.

Como é produzido o café Jacu Bird

Na Fazenda Camocim, interior do Espírito Santo, são produzidas 400 sacas/ano, em 300 hectares, com cerca de 150 mil pés. Esta produção é manual, já que o solo da Fazenda Camocim é inclinado e não permite a mecanização. De abril a outubro, diariamente, 15 homens percorrem o cafezal e colhem, de pé em pé, os grãos de cor cereja, os amarelos ou os secos, deixando os que ainda estão verdes. Mas também recolhem do chão outro tipo de grão. Curiosamente, os grãos mais perfeitos dos pés de café, aqueles que estão no ponto ideal para colheita e que não têm manchas, são colhidos pelo jacu.
O dono da fazenda, que já conhecia o Kopi Luwak, famoso café exótico da indonésia produzido a partir do processamento digestivo da civeta, um tipo de roedor selvagem da região de Sumatra, decidiu que tentaria fazer o mesmo. Inspirado pela natureza e seus ciclos biodinâmicos, o que parecia ser uma praga, se tornou uma parceria com o pássaro na seleção natural de um café de alta qualidade.
Como o jacu não tem estômago, apenas moela e intestino, logo que ele engole, processa o grão e expele aquilo que tem a aparência de um pé-de-moleque. O grão do café fica praticamente só na semente, já sem a polpa. E o resíduo do jacu, seco e sem cheiro, é separado do café manualmente e colocado para secar por duas semanas, até ser processado.

A produção ainda é pequena. Entre 900 kg e uma tonelada ao ano, e quase a totalidade é exportada para os Estados Unidos e Europa. Quanto ao seu aroma e sabor, segundo os especialistas, o Jacu Bird é um café de boa complexidade, leveza e se assemelha a um licor.

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