A vida ainda está longe de voltar ao normal… As ações dos governos estimulando o isolamento social minimizaram o efeito da Covid-19 em boa parte do mundo, contudo, ela veio para ficar
Nos últimos meses, nossa vida foi alterada de uma maneira inimaginável e passamos a ficar confinados, tivemos planos de viagem frustrados e adquirimos novos hábitos. Tudo devido a um vírus de 120 nanômetros (0.00012 milímetros). Como algo tão pequeno conseguiu ter um efeito global? Por incrível que pareça, essa é uma das questões ainda em discussão, pois está diretamente ligada ao modo de transmissão. Isso ilustra bem a situação atual, onde temos muitas perguntas com algumas respostas.
O agente da Covid-19, o SARS-Cov-2, é um Coronavirideae. Nós humanos somos normalmente infectados com pelo menos quatro tipos de coronavírus sem efeitos graves, contudo, três variantes mutantes de origem animal causam efeitos graves em humanos: o MERS, o SARS e o atual SARS-Cov-2. Esses vírus infectam principalmente os pulmões, o que leva à tosse, à febre e à falta de ar. Atualmente se sabe que a chave para a gravidade da infecção está relacionada com a resposta inflamatória à infecção que pode levar o paciente ao óbito.
O que podemos fazer como indivíduos? A resposta simplificada é: evite contatos. Sabemos que essa é a principal forma de transmissão. Portanto, ficar em casa, evitar lugares fechados e, principalmente, lugares cheios são as atitudes fundamentais para a segurança individual. Para reduzir a chance de contágio desses eventuais contatos, existem diversos hábitos que adquirimos nesse período. A limpeza frequente e cuidadosa tanto de nossas mãos e objetos, o uso de álcool 70% em gel e o uso de máscaras passaram a fazer parte do nosso dia a dia.
Hoje em dia, uma pessoa que entra no hospital tem uma chance de sobrevivência maior que há meses passados devido ao aprimoramento das técnicas de manejo do paciente, como demonstrado pela pesquisa com uso de dexametasona pela Universidade de Oxford. Contudo, testes com remédios para uso tanto nos hospitais quanto em casos leves ainda não apresentam resultados conclusivos.
Por outro lado, felizmente, é muito provável que ao longo de 2021 tenhamos alguma vacina pronta para uso. Atualmente, temos 155 vacinas em teste, sendo 22 já em humanos e quatro em fase final (III), uma destas da Universidade de Oxford/AstraZeneca (AstraZeneca é um conglomerado farmacêutico criado pela fusão da companhia sueca Astra AB e da britânica Zeneca Group). No momento em que essas vacinas estiverem disponíveis, provavelmente haverá um grande investimento para que, em pouco tempo, grande parte da população esteja vacinada.
A manutenção de cuidados individuais é importante, pois mesmo com tratamentos só a vacina vai controlar de fato a doença.
Só aí vamos poder respirar aliviados e sem máscara.