A nova realidade no turismo europeu

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O setor turístico foi um dos mais afetados pela pandemia de nível mundial – como serão as coisas daqui pra frente? 

 

Os setores turístico e cultural foram os mais atingidos pelo isolamento prolongado na pandemia, principalmente porque dependem da movimentação constante de pessoas. Uma pausa total de meses é o suficiente para desestruturar todas as atividades desses ramos, o que, sem dúvida, é prejudicial para a economia em níveis muito altos. Com o relaxamento das medidas de isolamento, no entanto, alguns países europeus já começaram o processo de reabertura gradual do comércio, o que inclui pontos turísticos, hotéis e afins. 

A Europa é responsável por metade do fluxo turístico do mundo inteiro e foi um dos epicentros da Covid-19. Isso fez com que o setor se fragilizasse e saísse muito prejudicado da crise, sem uma previsão concreta de retomada total das atividades. Como fazer com que clientes internacionais voltem a confiar o suficiente na Europa para viajar de novo? É com essa questão que os especialistas em turismo precisam trabalhar, principalmente em relação marketing. A Espanha, que teve sete milhões de turistas no mês de abril de 2019, teve, durante o mesmo período em 2020, um total de zero. 

Mas como garantir que essa reabertura seja segura? Como manter o público a salvo se o maior problema do vírus é justamente a proximidade entre as pessoas? Bem, esse é um desafio global que, para ser vencido, precisará, acima de tudo, da consciência da população. As praias na Espanha, por exemplo, estão reabrindo para o verão com um controle de banhistas. Além disso, o governo pretende lançar um aplicativo que informa os turistas sobre a lotação das praias de determinada região, para que seja possível acompanhar em tempo real o movimento das pessoas. O foco espanhol estará nos turistas regionais, nos portugueses e nos franceses, ao contrário daqueles de outras partes do mundo, devido às restrições em voos. 

Alguns hotéis estão preparando medidas de segurança para que a viagem dos turistas seja a mais segura possível, do aeroporto até o estabelecimento. Algumas dessas medidas são as já reforçadas por órgãos de saúde, como o distanciamento social, uso de máscara e uso do álcool em gel. Essa necessidade abrangerá, obviamente, também os funcionários envolvidos. Mesmo assim, é difícil imaginar que as coisas voltarão a ser como eram, ao menos em teoria. Por isso é imperativo que a população colabore e siga todas as regras. 

O site da Comissão Europeia estipulou algumas orientações tanto para viajantes quanto para funcionários de diversos setores turísticos. Entre elas, destacam-se, novamente, as orientações da Organização Mundial da Saúde já mencionadas acima, além de informações a respeito de comportamentos em aeroportos, postos de fronteira entre outros lugares do gênero que, por sua vez, precisam manter uma higienização impecável, impedir o fluxo constante de pessoas, oferecer equipamentos de segurança para funcionários, remover bancos e mesas para evitar aglomerações e criar indicações visuais de distanciamento, como faixas adesivas coladas no chão. 

O maior problema no momento é a imprevisibilidade. O consenso do setor turístico é um só: não há como saber o que vai acontecer nos próximos meses. É impossível definir qual será o padrão de comportamento das pessoas e, principalmente, do vírus. Apesar de alguns lugares terem suspendido a quarentena, é provável que eles tenham que refazê-la em algumas regiões que apresentarem novamente um número elevado de pessoas contaminadas. E aí entra ainda o problema de impedir a circulação de pessoas daquela região, o que, convenhamos, não é fácil, ainda mais depois de um período tão prolongado de isolamento.  

Uma das maiores necessidades no bloco da União Europeia é justamente a união dos países para deliberar acerca do que ser feito. Já que não há como prever o futuro e saber o que acontecerá nos próximos meses, o melhor é preparar uma série de medidas gerais e de fácil adaptação, ainda mais se isso for realizado em conjunto, tendo em vista, principalmente, os países europeus que dependem mais do turismo. 

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