Danças e ritmos do Nordeste

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Os ritmos e danças formam um capítulo à parte quando se fala de Nordeste, tamanha é a riqueza cultural e a variedade de diferentes tradições que a região apresenta.

Conheça mais sobre algumas das principais manifestações populares nordestinas que contemplam de rituais históricos a significados simbólicos.

Baião

Com seu ritmo binário e suas melodias marcantes ao som da sanfona, do agogô e do triângulo, o gênero influencia compositores até os dias de hoje. Sua dança é coreografada aos pares, que desenvolvem os passos conhecidos como balanceios, passos de calcanhar, ajoelhar e rodopio. As mulheres usam vestidos de chita adornados com babados nas saias, generosos decotes e sandálias com muitas cores. Já os homens usam calças claras de brim, camisas simples e sandálias de couro cru.

Capoeira

A capoeira é uma expressão cultural que ritualiza movimentos de artes marciais, jogos e dança, chegou ao Brasil no século 16 com os escravos africanos, principalmente para os Estados da Bahia e Pernambuco. Marcada pela interação dos participantes que se revezam aos pares em um grande círculo onde elaboram acrobacias, rasteiras e chutes, a capoeira é organizada em rodas sempre ao som da música de berimbaus, do canto e das palmas em um ritual que se tornou popular por todo o País.

Frevo

Maior atração do carnaval pernambucano, o frevo é uma dança coletiva que se caracteriza pela marcha de ritmo sincopado, violento e frenético que se desenvolve em meio à multidão até “ferver”. Seu símbolo é o guarda-chuva, que serve para manter o equilíbrio dos passistas. O mais curioso é que a coreografia dessa dança de multidão na verdade é individual. Seus foliões dançam de modos diversos e são raros aqueles que fazem gestos iguais, garantindo sempre um espetáculo muito divertido.

Maracatu

O maracatu tem origem africana, nas cerimônias de coroação dos reis do Congo, como ritual de demonstração de força e poder. O ritmo é marcado apenas com percussão, produzindo aquilo que chamam de “baque virado”, que instiga à dança. De notória importância histórica, a manifestação foi símbolo da resistência negra no Brasil. Atualmente está bastante presente no carnaval pernambucano.

Reisado

De origem portuguesa e muito praticado no Piauí, o reisado tem esse nome porque é festejado na véspera do tradicional Dia de Reis. Entre 24 de dezembro e 06 de janeiro, um grupo formado por músicos, cantores e dançarinos vão de porta em porta anunciando a chegada do Messias e fazendo louvações aos donos das casas por onde passa. Os temas de seu enredo variam entre amor, guerra, religião e outros. Sua apresentação é composta de várias partes e tem personagens como o rei, o mestre, o contramestre, figuras e moleques, sempre acompanhados por instrumentos como a sanfona, o ganzá, a zabumba, o triângulo e o pandeiro.

Cateretê

Também chamado de catira, o cateretê é uma dança de origem indígena bastante usada pelo Padre Anchieta que, em sua catequese, traduziu para a língua tupi alguns textos católicos enquanto os índios dançavam e cantavam trechos religiosos. Os trajes usados são as roupas comuns do dia a dia. A dança varia de acordo com a região, mas geralmente são duas fileiras formadas por homens de um lado e mulheres do outro, que batem o pé ao som de palmas e violas, com melodias cantadas pelos violeiros.

 Congada

Presente em diversos Estados, a congada tem origem no catolicismo e nas histórias do povo africano, como a do rei de Angola, Gola Bândi. Sua apresentação dramatiza uma procissão de escravos feiticeiros, capatazes, damas de companhia e guerreiros que levam a rainha e o rei até a igreja, onde são coroados. Durante o cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-recos, os participantes realizam danças com movimentos que simulam uma guerra.

 Coco

Dança de origem africana e típica do Estado de Alagoas, o coco se espalhou por todo o Nordeste recebendo nomes e formas de coreografias diferentes. É cantado e acompanhado pela batida dos pés ou pela vibração do patear dos cavalos. O mestre ou o tocador de coco entoa as cantigas cujo refrão é respondido pelos cantadores.

 Xaxado

Dança popular do sertão, o xaxado teve o nome dado devido ao som do ruído que as sandálias dos cangaceiros faziam ao arrastarem sobre o solo durante as comemorações nos momentos de glória do grupo de “Lampião”, considerado o “Rei do Cangaço”. Dançado originalmente só por homens, com letras satíricas e o compasso forte marcado pela batida de um rifle no chão.

Maculelê

Típico da Bahia, o maculelê surgiu no período colonial para comemorar a boa fase de colheita É executada por homens que dançam e cantam sob o comando de um mestre chamado ‘macota’, respondendo em coro ao som de bastões, atabaques, pandeiros e violas.

Forró

O forró até hoje suscita controvérsias a respeito da origem do seu nome: alguns estudiosos dizem que remete ao termo africano “forrobodó“, que significa festa, bagunça; já outros a atribuem aos lendários bailes “For All” (para todos), promovidos pelos engenheiros ingleses aos operários nordestinos que trabalhavam na construção da estrada de ferro Great Western no início do século 20. Mas o que importa é saber dançar. O dois-pra-lá-dois-pra-cá ao toque da zabumba, do triângulo e da sanfona se tornou tão popular que seu nome virou sinônimo de arrasta-pé, ou seja, um bailão onde se dança de tudo.

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