Fundações Ema e Eva Klabin: unidas pela arte e tecnologia

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Ao visitar a Fundação Ema Klabin, em São Paulo, o público além de conhecer o rico acervo da casa-museu e sua beleza arquitetônica, fará uma visita virtual a outra casa-museu por meio de uma videoconferência.

A Fundação Ema Klabin, no Jardim Europa, em São Paulo, promove, até o dia 3 de setembro, o programa Ema Visita. Totens instalados em duas casas-museu vão permitir que visitantes de centros culturais distantes intercambiem ideias, visualizem obras de arte, comparem estilos e conheçam mais sobre a história de cada espaço, por meio de uma videoconferência. Para a primeira edição do Programa Ema Visita, a escolha natural foi a Fundação Eva Klabin, na cidade do Rio de Janeiro, criada pela irmã mais velha de Ema Klabin. O público poderá observar, simultaneamente, coleções e ambientes organizados pelas duas irmãs de personalidades muito distintas.

Segundo o curador da Fundação Ema Klabin, o arquiteto Paulo Costa, o objetivo do programa Ema Visita é despertar uma reflexão sobre o universo de casas-museu. “É uma oportunidade de diálogo entre públicos diversos, que não pretende, de forma alguma, substituir uma visita presencial, mas, sim, despertar o seu interesse”, explica o curador. A programação cultural da Fundação Ema Klabin, além de preservar e difundir a casa, a coleção e a memória de sua fundadora, também acolhe questões relativas à história do bairro, da cidade e seus habitantes. Desde 2015, a Fundação realiza uma programação voltada à sustentabilidade e ao meio ambiente, que inclui palestras, oficinas e documentários. “O conceito que agora exploramos é o de um museu expandido, que vai além de seus limites físicos e busca preservar e divulgar o patrimônio da paisagem cultural em que estamos inseridos”, completou Paulo Costa.

“A Fundação Eva Klabin se junta entusiasticamente a essa iniciativa porque identifica nela uma experiência positiva do uso da tecnologia digital como ferramenta de aproximação de realidades físicas distantes, porém próximas nos seus objetivos e interesses, assim, como a história das Fundações Eva Klabin e Ema Klabin, que foram criadas por duas irmãs em duas cidades distintas: Rio de Janeiro e São Paulo”, diz Marcio Doctors, curador da casa-museu carioca.

A Fundação Ema Klabin possui mais de 1.500 peças, reunidas por Ema Klabin e oriundas de quatro continentes e diversas civilizações, com grande ênfase na arte europeia e na brasileira, importantes núcleos de arte asiática, arte africana, artes decorativas, obras da Antiguidade Clássica e do período pré-colombiano, cobrindo um arco temporal de mais de 3.500 anos. Entre as obras destacam-se pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, dos modernistas brasileiros Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Portinari e Lasar Segal; talhas do mineiro Mestre Valentim, mobiliário de época, peças arqueológicas e decorativas.

Construída na década de 50 pelo engenheiro-arquiteto Ernesto Becker, a residência de 900 m² foi inspirada no Palácio de Sanssouci, em Potsdam, Alemanha, e foi inaugurada em 1960. Ema Klabin viveu ali até 1994 e após sua morte a casa passou a ser a sede da instituição que leva seu nome e reúne sua coleção de arte adquirida em galerias e antiquários no mundo inteiro.

Além das obras de arte, a biblioteca, que possui um acervo de três mil volumes, merece destaque. Nela há livros raros, englobando desde manuscritos iluminados até os primeiros exemplares do livro impresso, bem como relatos de viajantes europeus pelo Brasil, datados do século XVI ao XIX. Inicialmente, a coleção de livros teve a orientação do bibliófilo José Mindlin.

A Fundação Eva Klabin foi criada em 1990, um ano antes do falecimento de sua idealizadora e instituidora, e abriu oficialmente ao público em agosto de 1995. Atualmente abriga a coleção reunida por Eva Klabin (1903-1991), um dos mais importantes acervos de arte clássica dos museus brasileiros, contando com mais de duas mil peças que cobrem quase 50 séculos, do Egito Antigo ao Impressionismo.

Comprada por Eva Klabin em 1952, a casa data de 1931, sendo das primeiras residências da então recém-urbanizada Lagoa Rodrigo de Freitas. Suas dimensões eram modestas e seu estilo normando foi um modismo característico da época, bastante empregado nas casas “balneares” da cidade. No início dos anos 60, já viúva, Eva Klabin decidiu empreender uma verdadeira revolução na casa original e, apesar de manter o estilo, fez uma grande reforma de ampliação adaptando-a para receber a coleção que crescia a cada dia. Pessoa de gosto apurado e detalhista, a proprietária encomendou os mais finos materiais e cuidou de cada detalhe de acabamento.

De volta à casa da Lagoa, em 1967, tornou-se grande anfitriã e passou a se dedicar, ainda com maior entusiasmo, à coleção. A ideia de criar a instituição que perpetuaria a sua obra e guardaria a sua coleção a ser compartilhada com o público começa a amadurecer. Na década de 1980, cercou-se de profissionais que começaram a inventariar e pesquisar o acervo e tomou todas as medidas legais para a criação da fundação. Ao falecer em 1991, deixou para as futuras gerações um bem incalculável.

Fundação Ema Klabin – Visitas Monitoradas e Programa Ema Visita

Datas e horários: Terça a sexta: às 14h, 15h, 16h e 17h.

Sábados de show: 14h às 16h30.

Agendamento: De segunda a quinta as visitas monitoradas devem ser agendadas pelo telefone (11) 3897-3232 ou pelo site http://www.emaklabin.org.br/ Às sextas-feiras e sábados de show as visitas não necessitam agendamento.

Duração: As visitas duram, em média, 1 hora.

Preço: De terça a quinta: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), e gratuito para professores.

Sextas e sábados de show: Entrada franca.

Indicação: a partir de 7 anos.

Endereço: Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo.

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