Imigração italiana no Brasil

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Os italianos são um dos maiores grupos migratórios do Brasil cuja presença nas regiões Sul e Sudeste gerou uma grande mescla cultural

Tal qual os alemães, os italianos se concentram principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, principalmente no estado de São Paulo, e começaram a emigrar em massa a partir da segunda metade do século dezenove, quando a concentração de terras se manteve na mão de poucos por conta do impulso industrial. Muitos camponeses, impossibilitados de tirar sustento como trabalhadores braçais ou com propriedades muito pequenas, foram buscar melhores oportunidades em outros lugares, como o Brasil. A maioria dos imigrantes que se dirigiram ao sudeste brasileiro acabou nas lavouras de café e os italianos não foram exceção.

Os italianos, ao contrário dos imigrantes alemães e japoneses, se adaptaram sem dificuldades aos costumes e culturas brasileiros, dado que sua própria cultura não era assim tão diferente, em especial quanto à religião. Muitas das festas religiosas que existem hoje no Brasil são fruto da influência italiana, assim como a existência de vários santos comuns aos dois países. Foram importantes também no processo de industrialização de várias cidades do Brasil e estima-se que o número de trabalhadores italianos nas fábricas paulistas chegava a 90% do total no início século passado.

Foi nessa onda de trabalho industrial que surgiram, por exemplo, os bairros italianos da Mooca, do Brás e do Bixiga na cidade de São Paulo. Além dos bairros, algumas personalidades se destacaram, como Francesco Matarazzo, criador do maior complexo industrial da América Latina.

Os italianos imigrantes não falavam o que era considerado o idioma padrão, mas sim uma variante dialetal e restrita de várias regiões, com exceção dos que vinham das regiões da Toscana e Florença. Muitos italianos aprenderam só o mínimo de português para sobreviver e relegaram a tarefa de se tornarem falantes nativos aos seus filhos. Por causa da quantidade de italianos na cidade de São Paulo, por exemplo, muitas das características dos dialetos italianos se incorporaram ao falar paulista, as quais podem ser percebidas até hoje, como a pronúncia do “ti” como “chi”.

A convivência entre os brasileiros e os italianos gerou toda uma linhagem de assimilação cultural, linguística e social de ambas as partes. Festivais, como o da Uva, em Caxias do Sul, mostram a grande mescla de identidade que se deu entre esses dois povos. No campo gastronômico então, nem se comenta.

Graças aos italianos que temos a pizza, a mussarela, a ciabatta, as massas, os pratos à parmeggiana, gorgonzola, alcachofra, funghi, mortadela e panetone, entre muitos outros.

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