Vêneto: uma região para todos os tipos de turistas

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Romance, aventura, natureza, esporte, casamento… Seja qual for o motivo, a região do Vêneto oferece opções para uma experiência inesquecível 

 

A região do Vêneto, no nordeste da Itália, é um incrível destino, que vai das montanhas Dolomitas ao Mar Adriático, e é famosa pelos canais, arquitetura gótica e pelo Carnaval de Veneza. Suas províncias guardam belezas naturais e antigas cidades como Veneza, Verona, Vicenza, Pádua e Treviso. Vamos conhecer um pouco mais desta região e as variadas opções do que fazer no Vêneto? 

 

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História 

A região do Vêneto é composta por sete províncias e mais de 580 municípios. O local que hoje conta com cidades históricas já foi terra dos romanos, que construíram blocos de fronteira em pontos estratégicos para as redes de estradas do império. A região prosperou até as invasões germânicas, quando perdeu grande parte da sua importância e prestígio. 

Sua glória voltou já sob o domínio veneziano e com as importantes operações comerciais da cidade de Veneza com o Oriente. Até hoje é possível encontrar as marcas deste período próspero nas riquezas dos palácios, igrejas e monumentos. 

 

Rota turística 

Vêneto possui uma ampla oferta turística com atrações impressionantes, locais românticos e destinos maravilhosos, ou seja, uma região para os aventureiros, os românticos, os históricos – tem atividades para todos os gostos. Sem falar nos percursos especializados de enogastronomia que permitem vivenciar a tradição e a cultura da região. 

Na lista do que fazer para descobrir Vêneto, você pode começar a sua jornada por Veneza. A sua laguna, suas ilhas, o Canal Grande, as maravilhosas construções antigas e ricamente decoradas, a tornam única no mundo. Totalmente construída sobre a água, é romântica, melancólica, carnavalesca e aristocrática. 

Suas atrações englobam monumentos e arte, como a incrível Praça San Marco, a Ponte dos Suspiros, o Palácio Ducal, a Basílica de San Marco, as inumeráveis ruazinhas cheias de lojas e oficinas artesãs, as igrejas ornamentadas de telas, esculturas e afrescos de cada época, os museus e as pracinhas escondidas. Cada lugar guarda histórias e encanto. 

De Veneza você pode dar uma passada por Verona, outra cidade linda e romântica. Igrejinhas, pontes, arena romana e até mesmo a casa da apaixonada mais famosa da Itália: Julieta. Tudo isto se encontra na cidade, que presenteia emoções e lembranças para serem guardadas para sempre. 

Pádua é um destino que também não pode ficar de fora em uma visita ao Vêneto, por ser uma cidade rica em obras de arte e sede de um prestigioso centro universitário. É aqui que estão a Basílica de Santo Antônio, que atrai o turismo religioso, a magnífica Cappella degli Scrovegni, inteiramente afrescada por Giotto, e o Jardim Botânico de 1545, rico em plantas medicinais e também Patrimônio da Humanidade. 

A cidade do ouro também deve entrar no roteiro de descoberta da região: Vicenza, um pequeno centro histórico, rico em grandes obras arquitetônicas, é composta por esplêndidas mansões — ville — construídas no século XVI pelo arquiteto Andrea Palladio sob encomenda das importantes famílias da alta burguesia local, conhecidas como “ville palladiane”. Estes edifícios cercam a Basílica palladina e o Teatro Olímpico e são verdadeiros espetáculos do local. 

Saindo um pouco das cidades, as montanhas Dolomitas são um dos pontos altos da viagem. Esta espetacular cadeia montanhosa oferece cenários fabulosos em qualquer época do ano, assim como muitas atividades esportivas ao ar livre. Suas pequenas aldeias parecem pertencer a um passado distante e seus magníficos lagos refletem a beleza reconhecida a nível internacional. 

Cortina d’Ampezzo é, talvez, a localidade mais conhecida em meio às Dolomitas, devido ao fascínio único e sedutor das suas montanhas nevadas e das pistas de esquis. A parada aqui é obrigatória para quem procura um espetáculo paisagístico de tirar o fôlego. 

Treviso é uma cidade elegante, com diversas lojas bem cuidadas e produtos locais. Seus prédios históricos são aristocráticos e conservam ainda fragmentos de pinturas e afrescos no estilo gótico. Chamam a atenção os canais que atravessam a cidade, transformando-a na “cidade das águas”. Vale a pena visitar a Piazza dei Sig Pro, no coração do centro histórico, local dos cafés e dos encontros. 

Se a sua opção de viagem pede um destino calmo, Belluno é o local perfeito. A tranquilidade e o silêncio, qualidades atualmente bastante raras, mostram uma cidade não alterada pelo ritmo frenético da vida moderna. Belluno oferece tudo que se pode esperar de uma cidade alpina, com um centro histórico antigo, vista panorâmica, um anfiteatro entre montanhas e com a característica de ser a única cidade que fica completamente dentro de um parque natural. 

Por todo o território do Vêneto existem lugares lindos para se conhecer, como os burgos (pequenas cidades) medievais. Na província de Pádua fica a aldeia de Montagnana, com suas muralhas fortificadas e mantidas até hoje em ótimas condições. Esta cidadezinha figura na lista dos “Borghi più belli d’Italia” (burgos mais bonitos da Itália), e o Castelo de San Zeno é uma de suas atrações. Além do extraordinário complexo fortificado, a cidade também conta com ruas e prédios do período renascentista.    

E engana-se quem acha que só as grandes cidades guardam histórias e culturas. As pequenas também. Asolo é uma aldeia medieval no meio das colinas da região de Treviso, com suas pequenas praças, estradas características e vistas incríveis e panorâmicas da paisagem circundante. Pela região também estão a Villa Barbaro, uma das obras primas de Andrea Palladio, e o Museu delle Carrozze. 

O roteiro pelo Vêneto ainda inclui a cidade de Rovigo, repleta de monumentos à disposição dos visitantes e que oferece uma maravilhosa experiência. 

 

Curiosidades 

Para quem for visitar o Vêneto, existem diversas curiosidades que fazem com que a viagem seja ainda mais incrível! Por exemplo, é lá que está o texto de álgebra mais antigo do mundo, encontrado em 1478, e descrito como “o primeiro livro de matemática do mundo”: A arte do Ábaco. 

Outras curiosidades relatam campeonatos de futebol entre a realeza, desde o século XV, e se conta que até mesmo as leis venetas serviram de inspiração para Benjamin Franklin elaborar a Constituição norte-americana. 

 

 

 

Fábricas de vidro 

Um dos objetos mais fascinantes e reconhecidos do artesanato italiano é sem dúvidas o vidro de Murano. A ilha da laguna de Veneza possui fábricas que produzem esta arte que se perpetua em jarras, copos, taças e lampadários coloridos e únicos. 

A fabricação das peças é feita exatamente como no passado, com um trabalho de grupo importantíssimo. São várias as fases da produção e a equipe tem de estar muito bem preparada para não errar. Enquanto um sopra o vidro, o outro já está esperando para colocá-lo no fogo e depois dar forma com uma prancha de madeira ou manipulá-lo em um balde com água. A complexidade do trabalho torna as peças únicas, já que é difícil que uma seja idêntica à outra. 

Uma das mais importantes fábricas é a Carlo Moretti, que produz peças únicas e algumas fazem parte de acervos de museus e galerias importantes em Nova York, Paris, Londres, entre outras. As peças são feitas por artesãos locais, passam por um rígido controle de qualidade e finalização, e são assinadas e datadas, como verdadeiros objetos de arte. Não é à toa que a fábrica é uma das mais indicadas por arquitetos, designers e amantes da arte. 

A maestria, o capricho e o orgulho com que os italianos passam a técnica do vidro de geração a geração são dignos de muitos aplausos. 

 

Festas 

mask-of-venice-1814549_1920A primavera é sempre muito esperada no continente europeu. Depois de meses de frio, as pessoas querem usar roupas mais leves e sair para passear ao ar livre. Na região do Vênetonesta época, a nova estação é comemorada com a Primavera do Prosecco, evento que acontece há anos e envolve várias cidadezinhas próximas a Treviso. 

A ideia principal é promover as riquezas do território: as belezas naturais, a gastronomia, os produtos típicos e os vinhos. A agenda é repleta de eventos e dura quatro meses, promovendo 15 mostras. A mais famosa delas é a que acontece na pequena Col San Martino. 

Já um dos mais famosos Carnavais do mundo acontece em Veneza, onde a magia e o respeito pelas tradições se mantêm até hoje. Os bailes de gala, as máscaras e fantasias encantam gerações.  

Participar do Carnaval de Veneza é uma emoção única. Vale a pena enfrentar o frio do inverno e a multidão para ver de perto uma tradição secular, que fascina o mundo inteiro. 

 

Bienal 

A Bienal de Veneza é carregada de simbolismos, além de possuir o título da mais antiga do mundo. Sua história teve início em 1895, com cerca de 224.000 visitantes e a presença dos reis Umberto I e Margherita di Savoia. 

O diretor criativo de cada Bienal é quem define o tema e escolhe todos os artistas da mostra central, cujos trabalhos são expostos nos dois principais edifícios do Giardini e do Arsenale, sedes da Bienal. Todas as obras têm etiquetas que contam um pouco sobre o artista e também explicações sobre a obra exposta. A experiência de ver reunidos todos os artistas e confrontar suas criações de forma direta é algo único.  

 

Patrimônios mundial

Pertencer à seleta lista de Patrimônio Mundial da UNESCO significa figurar entre as maiores maravilhas paisagísticas, culturais e artísticas de importância única para a humanidade. Atualmente a Itália, com todas as suas belezas, é a nação que detém o maior número de sítios inscritos na lista, são 55. O Vêneto possui seis deles. Entre Veneza, Padova, Verona, Vicenza e as Dolomitas, a UNESCO reconheceu como Patrimônio Mundial alguns dos lugares mais belos no território italiano. 

O primeiro lugar escolhido para a lista foi todo o território de Veneza. A cidade construída sobre ilhas teve importância primordial no comércio com o Oriente e é um lugar ímpar, que envolve arquitetura única, com belezas extraordinárias construídas pelo homem e pela natureza. 

Outro patrimônio são as vilas construídas por Andrea Palladino por todo o Vêneto. São obras como o Teatro Olímpico e imponentes palácios, ambos em Vicenza, entre outras. A cidade de Verona também está na lista, com suas joias arquitetônicas. 

A lista de patrimônios ainda inclui o Jardim Botânico universitário mais antigo do mundo, em Padova. O local contribuiu para avanços na ciência na área da botânica, da medicina, da ecologia e da farmácia, além do empenho na preservação do meio ambiente e da biodiversidade. 

As Dolomitas foram inseridas na lista em 2009, pela sua sublime beleza, unicidade paisagística e características geológicas sem igual. Esta cadeia montanhosa que se estende pelo território do norte da Itália, mas principalmente na província de Belluno, é considerada uma das zonas de montanha mais belas de todo o mundo. 

Encerram a lista os sítios palafíticos pré-históricos do arco alpino, que contam com cidades como Peschiera del Garda, Tombola di Cerea e Arquà Petrarca. Os materiais orgânicos encontrados nestes territórios contribuíram de modo extraordinário para compreender as mudanças e as relações entre as populações durante o período Neolítico e a Idade do Bronze. 

 

Villa Emo 

Uma das obras-primas de Andrea Palladio no Vêneto é a Villa Emo, a terceira construída na província de Treviso. As obras provavelmente foram realizadas entre 1557 e 1560, encomendadas pela família Emo, e serviram para produção agrícola, um investimento seguro para a época além do comércio mercantil. Também era local de férias e momentos de repouso dos nobres e suas famílias. 

Como toda vila veneta, a Villa Emo tem um jardim enorme inserido em um contexto agrícola muito bem preservado. A paisagem das estradas que levam até o local é totalmente campestre com plantações de milho, trigo e alguns vinhedos. 

Sua estrutura conta com um corpo central, destinado a abrigar a família, e os depósitos laterais destinadas ao resguardo dos grãos, a estábulos, espaço para produção do vinho e de todo o aparato agrícola da vila. 

Nos cômodos internos estão representados episódios da mitologia e da história romana e alegorias que reforçam as virtudes, além de cenas e deusas relativas à vida campestre em agradecimento à natureza e seus recursos. O que mais impressiona, como nas outras vilas de Palladio, é a simetria das formas. Os dois depósitos, longos e idênticos, de 11 arcadas, criam uma linearidade incrível em um contexto de harmonia entre o homem e a natureza. 

 

Dolomitas 

A cadeia montanhosa dos Alpes Orientais localizada no norte da Itália, as Dolomitas, é um extenso conjunto que atravessa três regiões do país, mas é no Vêneto que se encontram as melhores bases. 

As montanhas são uma atração irresistível para qualquer amante da natureza e das alturas, uma excelente opção para quem quer praticar atividades ao ar livre, esportes, caminhadas no verão e esqui no inverno. Além disso, igrejas, museus e monumentos irão impressionar os viajantes mais exigentes. 

Beleza não falta nas Dolomitas, seja nas montanhas, lagos ou vales que compõem a cadeia, e, quem ainda desejar, pode conhecer as cidades que circundam as montanhas como Moena, San Martino di Castrozza, Cortina d’Ampezzo, Madonna di Campiglio, Val di Non e Ladin. 

A região das Dolomitas é verdadeiramente mágica e deve ser explorada e vivenciada. 

Motivos não faltam para viver a maravilhosa experiência de conhecer uma região como nenhuma outra no mundo! 

 

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Sobre o Colunista:

Currently concluding his graduation in Journalism, Eduardo is passionate about communication and tourism. At the age of 22, Eduardo has lived almost entirely in Foz do Iguaçu, Brazil, he is a dreamer to discover the world. Having worked as a press officer and also in ​​communication and marketing agencies, Eduardo is always looking for new challenges and learning opportunities.