No quarto e último capítulo da nossa viagem pela Islândia tudo sobre vulcões e geleiras

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A Islândia é uma menina, geologicamente falando, que não tem nem 20 milhões de anos.  

Relembrando aquele globo repórter que ninguém viu, os continentes estão apoiados em grandes placas tectônicas, que flutuam sobre o magma e seus movimentos causam terremotos e atividade vulcânica.  

Entre as placas americana e euroasiática, existe uma fenda enorme, chamada Dorsal Mesoatlântica. E olha onde a menina Islândia resolver nascer, bem ai, no alto dessa fenda, como resultado do casamento da Dorsal com um Hot Spot, que é bem complicado de explicar por isso quem quiser mais detalhes sobre a concepção e o nascimento da nossa princesa, sugiro que procurem os vídeos no youtube que contam tudo em detalhes e com animações interessantíssimas. Mais do que uma menina, acho que a Islândia está na adolescência, por isso tem na face uns 47 vulcões, na maioria ativos, expelindo fumaça e magma. 

Agora é sério, trata-se do único lugar no planeta onde a gente pode observar, sobre o nível do mar, as duas placas tectônicas: de um lado uma parede da placa americana, e do outro a parede que faz parte da placa euroasiática. E no meio existe um canion, cujos lados se afastam de 2 a 10 centímetros por ano, como resultado da atividade vulcânica submarina, que faz o piso do canion se expandir e por isso afastar esses paredões. 

O movimento tectônico que se observa na ilha não se resume apenas aos vulcões. Existem várias fontes geotérmicas, que produzem água quente em grande quantidade. Uma delas é muito famosa, se chama Geysir e seu nome acabou virando substantivo, assim como SAGA. Qualquer nascente termal no mundo, que entra em erupção periodicamente lançando água quente e vapor em grandes colunas, passou a ser denominada genericamente como GEISER. 

A Islândia é um território de contrastes extremos. Sobre essa massa de rocha vulcânica, de solo novo e ainda nu, sobre esses gigantes que fumam e explodem regularmente, existem grande geleiras que estão derretendo com o aquecimento global, um problema para a ilha que sente de forma ainda mais dramática a mudança climática porque a vida é muito vulnerável nessas condições-limite de clima e relevo. Um tremorzinho e uma erupçãozinha pode acabar com a vida por aqui. 

Para os islandeses, sustentabilidade é palavra de ordem. O aquecimento das casas é totalmente limpo, baseado nas fontes geotérmicas, sem a queima de nem uma gotinha de petróleo. A água que se consome vem das geleiras e não carecem de nenhum tratamento; os ônibus na cidade de Reykjavik são movidos a hidrogênio; e para quem passou um mês no Michigan, o contraste é ainda mais forte: nada de embalagens mais caras do que o conteúdo, nada de guardanapos-de-papel-talheres-de-plastico-acucar-em-saquinhos-individuais a disposição aos milhares em cada café. Quer um guardanapo, tem que pedir e vai receber 1 guardanapo. Tudo clean e básico. Aqui o luxo é estar num dos ambientes mais limpos do planeta. 

Mas toda essa beleza pode ser muito fugaz. Estatisticamente na Islândia acontece uma grande erupção vulcânica a cada 5 anos. A última foi em 2014 então se preparem que em 2019 vai ter pirotecnia na Ilha! Mas a preocupação maior é mesmo aquela fenda que esta se abrindo entre as placas tectônicas. Significa que a ilha pode rachar ao meio, metade migrará para a América e a outra vai para a Europa…  

Por isso se você estava planejando viajar para Islândia no próximo milênio, sugiro antecipar a viagem para os próximos anos!!! 

Me liga que eu te ajudo! ahahahaha 

Beijos tectônicos a todos e em breve nos vemos na Lapônia! 

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Sobre o Colunista:

Graduada em História pela Universidade de São Paulo, com 40 anos de experiência na área do Turismo, trabalhou em diversas empresas do setor e morou em Torino, na Itália, por 7 anos. Hoje divide seu tempo entre palestras sobre Viagens e História, cursos e workshops para agente de viagens no Senac e acompanha grupos, em colaboração com algumas Operadoras de Turismo, ao redor do planeta.