No segundo capitulo da matéria sobre a Islândia nossa enviada nos conta sobre os deuses nórdicos

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Estamos no frio islandês, tomando um vento que corta até pensamento, congelante, rezando para que os deuses nórdicos nos enviem sua filha mais iluminada, a Dama da Noite, a Aurora Boreal.

Mas qual será o deus certo a ser evocado, neste caso?

Hummm, fui estudar o panteão dos Deuses Nórdicos, aqueles que moravam por aqui até a chegada do Cristianismo, lá pelo ano 1000.

O norte da Europa, e me refiro a Escandinávia e Alemanha, cultuavam um time enorme de deuses, que embarcaram com os Vikings, aqueles bárbaros medievais que apavoravam a Europa, de Leste a Oeste, da Rússia até a Grã-Bretanha, com suas invasões. E foram de carona também para a Islândia.

Eram famílias de deuses, que como os similares gregos, também tinham as fraquezas sentimentais humanas misturadas com grandes poderes, como a imortalidade.

Li sobre 4 deles:

Odin – o big boss, o chefe e estadista do time. Era considerado o deus principal do clã mais importante dos deuses da mitologia nórdica, o “Pai de Todos”. Um chefe multi-task: era o deus da sabedoria, da guerra e da morte, e também da magia, da poesia, da profecia, da vitória e da caça. Uufaaa … Enviava suas filhas, as valquírias, para recolher os corpos dos heróis mortos em combate.

Thor – o guerreiro, deus dos trovões, relâmpagos e das batalhas. É filho de Odin e usa um martelo mágico como arma além de um cinto especial que lhe confere força sobre-humana. Li que ele não era dos mais inteligentes e fiquei com a imagem do Obelix na cabeça…mas Thor está também associado às árvores de carvalho, à força, à proteção da humanidade, à cura e fertilidade.  Parece o job description de segurança de bar…

Týr – patrono da justiça.  Ele perdeu a mão direita ao colocá-la na boca do deus-lobo Fenrir, que era a única forma de segurar e prender o animal para domina-lo, por isso está associado ao heroísmo e a coragem. É deus do céu, da luz e dos juramentos.

Freyja –  uma das deusas mais antigas e está associada ao amor, fertilidade, beleza, riqueza, magia, guerra e morte. É a líder das valquírias e seu nome significa “lady”, dama.

Os ingleses cultuam esses deuses até hoje. Não parece? É só olhar um calendário em inglês e você vai mencionar estes quatro, toda semana!

Wednesday é o dia de Odin, marca o meio da semana, Thursday é o dia de Thor, Tuesday é o dia de Tyr e finalmente a deusa mais celebrada de todas: Friday, o dia de Freyja.

Mas como os detalhes da vida e das aventuras desses deuses chegaram até nós? Através de uma das únicas fontes escritas sobre este período, uma coleção de manuscritos medievais islandeses conhecidos como SAGAS. Inclusive essa palavra é em islandês e viralizou no continente, passando a figurar em todos os idiomas europeus com o mesmo significado: histórias de famílias ou personagens, narradas em prosa, que misturam aspectos históricos com ficção.

As Sagas islandesas contam histórias sobre a colonização e as disputas entre os membros de famílias rivais, misturando sempre fatos verdadeiros com velhas tradições orais. São fontes importantíssimas para entender os costumes, as religiões e a visão de mundo dos antigos escandinavos. Formam também um mapa genealógico da colonização da Islândia e dão um senso de identidade ao povo islandês.

Detalhe, a língua islandesa quase não mudou desde o período medieval, quando começaram a registrar sua história. Qualquer islandês hoje em dia pode abrir esses manuscritos e ler sem dificuldade! Trata-se de uma das línguas mais inalteradas da história.

Mas a chegada do Cristianismo no norte da Europa mudou tudo. Os deuses todos entraram na lista negra dos papas e bispos e foram expulsos do Olimpo ártico, jogados na fogueira do esquecimento… mas teve um grupo deles que conseguiu escapar do ostracismo completo, com uma estratégia tipo guerrilheira, permanecendo presente não só na Islândia …. até hoje.

Ficou curioso para saber quem são eles?

Então vou ver a Aurora agora, se Odin e a Deusa Aurora atenderem às nossas preces, e na volta eu conto o resto.

Beijos iluminados,

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Sobre o Colunista:

Graduada em História pela Universidade de São Paulo, com 40 anos de experiência na área do Turismo, trabalhou em diversas empresas do setor e morou em Torino, na Itália, por 7 anos. Hoje divide seu tempo entre palestras sobre Viagens e História, cursos e workshops para agente de viagens no Senac e acompanha grupos, em colaboração com algumas Operadoras de Turismo, ao redor do planeta.