Quatro cavaleiros e um destino: do Sertão ao Mar, pelos Caminhos da Estrada Real

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A aventura dos cavaleiros começou no dia 9 maio. Juntos, eles percorrem mais de 1.700 km dos quatro caminhos da Estrada Real, que atravessam três Estados: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, montando cavalos Mangalarga.

IMG_4080Os objetivos são nobres: o primeiro é ressaltar a importância do bem-estar animal, seguido por incentivar a valorização do patrimônio histórico-cultural das antigas Estradas Reais através do turismo equestre. Estes dois propósitos uniram o quarteto José Henrique Castejon, Paulo Junqueira Arantes, Sergio Lima Beck e Frederico Castejon Simioni para encarar a aventura de percorrer, durante 45 dias, os quatro trechos que compõem o caminho completo da Estrada Real.

Estes trechos dividem-se em quatro caminhos: Caminho dos Diamantes, Caminho Velho, Caminho Novo e Caminho de Sabarabuçu. No total, serão 60 cidades percorridas nos três Estados e, entre elas, várias se destacam por sua importância histórica, pela arquitetura e obras de arte, como Diamantina, Ouro Preto, Paraty, São João Del Rey e Tiradentes. “Muitos trechos também se destacam por serem regiões que deram origem às raças de cavalos Campolina, Pêga e Mangalarga – esta última será a raça oficial da cavalgada. É importante destacar que o percurso pelas trilhas possui paisagens deslumbrantes”, comenta Paulo Junqueira Arantes, empresário que integra o quarteto e que já realizou inúmeras viagens a cavalo em várias regiões do Brasil e exterior. Paulo conta que a expectativa deles é percorrer os quase 1.800 quilômetros totais da Estrada Real em 45 dias, dividindo a aventura em um dia de descanso a cada 400 quilômetros. Neste dia de “repouso”, além do descanso da tropa, as ferraduras dos cavalos serão trocadas para assegurar o bem-estar dos animais.

“O Caminho da Estrada Real é a única via turística com demarcação e apelo histórico do Brasil, com histórias que remetem ao Brasil colonial, quando o ouro, a prata e diamantes percorriam estes trechos para serem transportados para Portugal”, reforça José Henrique Castejon, produtor rural, criador de cavalos de polo e ex-competidor deste esporte. Segundo Castejon, no último mês de março, ele, Paulo Junqueira Arantes e Sergio Lima Beck percorreram de carro este mesmo trecho para mapeamento prévio das paradas e dos descansos para os animais e conta que ficou impressionado, pois durante todos os dias que passaram pelos Caminhos da Estrada Real, não encontraram ninguém realizando o percurso, nem a cavalo, nem a pé ou de bicicleta. “É uma constatação triste, por que apesar de não ter um apelo religioso, as paisagens e a relevância histórica destes trajetos são fascinantes.”

Bem-estar animal

p1060262A Estrada Real é o único percurso do Brasil que contém demarcação por 1.780 quilômetros, com dois mil marcos no total. Este fator influenciou a opção dos cavaleiros pela escolha do Caminho, que oferece terrenos diferenciados, compostos por trilhas, por estradas de terra e por asfalto. O percurso todo oscila entre subidas longas e curtas, muitas áreas sombreadas, e a maior parte do trajeto é composta por estradas de terra, praticamente um 70%, além de asfaltos e trilhas. “Este percurso é favorável para a expedição, demonstrando a ótima resistência do cavalo em trajetos longos e confirmando que é possível percorrê-lo assegurando o bem-estar do animal. A segurança, o rendimento e a saúde deles estarão garantidas por meio de exames laboratoriais que serão colhidos durante toda a viagem”, diz Castejon. Estes exames serão coordenados pelo professor Mateus Rodrigues Paranhos, da Unesp Jaboticabal, zootecnista especializado em bem-estar animal. Os resultados dos exames serão divulgados periodicamente.

Quem são os quatro cavaleiros

Jose Henrique Meirelles Castejon, 68 anos, produtor rural nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Reside em Avaré (SP), e começou a cavalgar aos 6 anos de idade, participando de caçadas, atividade que praticou em família por muitos anos. Em 1974, começou a jogar polo, esporte ao qual se dedicou por quatro décadas, tendo participado em torneios nacionais e internacionais. É criador de cavalos de polo, com mais de 500 animais produzidos. Já percorreu o Caminho Francês de Santiago de Compostela, desde Logrono (760 km); o Caminho da Fé, de Águas da Prata a Aparecida (330 km), e diversas cavalgadas na Argentina e no Brasil – nos Estados de SP, MG e RS.

Paulo Junqueira Arantes, 64 anos, empresário. Reside em Curitiba (PR) e começou a cavalgar ainda criança, na fazenda dos avós, no interior paulista e no mineiro. Foi criador de cavalos Mangalarga e diretor do Núcleo de Criadores. Como apaixonado por cavalos e cavalgadas, fez inúmeras viagens a cavalo em todas as regiões do Brasil e em vários destinos internacionais como África do Sul, Argentina, Botsuana, Canadá, Chile, Equador, Espanha, Estados Unidos, Hungria, Itália, Mongólia, Namíbia, Peru, Portugal, Turquia e Zimbábue.

Sergio Lima Beck, 64 anos, é natural do Rio Grande do Sul e reside em Curitiba (PR). Hipólogo, cavaleiro profissional, instrutor de doma e equitação, atuou como juiz da ABCCM Marchador e como professor no Curso Superior de Equinocultura, da PUC-PR. É técnico credenciado da ABCC Bretão e autor de artigos para variadas publicações. Também já participou de cavalgadas em diversos destinos no Brasil, na Espanha e na Islândia.

Frederico Castejon Simioni, 35 anos, é zootecnista e produtor rural em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e reside em Ribeirão Preto (SP). Desenvolve e contribui com trabalhos científicos ligados ao tema Bem-Estar Animal, em parceria com universidades como, por exemplo, a UNESP de Jaboticabal (SP). Em suas criações, pratica o Bem-Estar Animal sempre respeitando as necessidades, comportamentos naturais e os limites de cada exemplar. Apaixonado por cavalos, Frederico participou de várias cavalgadas pelo Brasil, incluindo o Caminho da Fé, de Águas da Prata à Aparecida (330 km).

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